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sábado, 17 de agosto de 2019

UMIDADE OCUPACIONAL

A umidade é um agente físico que deve ser avaliado de forma qualitativa, de acordo com o Anexo 10 da NR-15. Diante disso, não há uma padronização, ou seja, não há uma norma de higiene ocupacional que descreva o procedimento de avaliação. E portanto, esta avaliação fica subjetiva, dependendo da interpretação de cada avaliador.

De qualquer forma, entendo que: após identificar o agente presente na atividade do trabalhador, a avaliação depende:

1- tipo de exposição: qual a fonte da umidade, qual parte do seu corpo está exposto à umidade e como (água diretamente ou vapor d´água ou respingos, etc)?

2- tempo de exposição: quanto tempo dura esta exposição? Depois da exposição, na realização de outras atividades, o trabalhador ainda continua com umidade no corpo e quanto tempo ainda dura esta exposição? (Algumas vezes o trabalhador pode ficar um curto período de tempo exposto à umidade, mas suficiente para deixá-lo molhado e depois, ele realiza outras atividades sem a exposição à umidade, porém, ainda molhado)

3- medidas de controle adotadas: lembrando sempre da hierarquia das medidas de controle de riscos

4- consequências para a saúde do trabalhador: quais as possíveis consequências, decorrentes da exposição à umidade no local de trabalho, que o trabalhador pode vir a sofrer?

Após o levantamento dessas 4 informações, realiza-se a análise de cada caso e verifica-se se as medidas de controle são adequadas para neutralizar a umidade, deixando o trabalhador "seco" (em condições semelhantes aos outros trabalhadores não expostos à umidade) durante e após as suas atividades.

Caso a conclusão seja que as medidas de controle não são adequadas para neutralizar o agente, deve-se (como bom higienista) buscar soluções seguindo sempre a hierarquia de controle de risco, como por exemplo numa atividade de lavagem de carros:

Eliminação: trocar o processo de lavagem e utilizar a lavagem a seco

 

Substituição: Utilizar vapor para a lavagem do carro


 
Controle de engenharia: isolar a área de lavagem e utilizar o sistema automatizado


Medidas administrativas: realizar o rodízio entre trabalhadores para a diminuição do tempo de exposição, com local para troca de roupa após a atividade, deixando-o "seco" para a realização de outras atividades (NÃO SUFICIENTE E NEM EFICAZ).

Fornecimento de EPI´s: fornecer os EPI´s necessários e adequados para que o trabalhador permaneça "seco" durante a realização de suas atividades (PIOR SOLUÇÃO).
EPI´s para lavajato (pag. 19)


Artigo sobre exposição a umidade - lavadores de carro - Revista Brasileira de Medicina do Trabalho

Veja também: higiene ocupacional

Cultura de segurança do trabalho

Percepção de riscos



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